sábado, 30 de agosto de 2014

Astral/Sinumbra e Solar Lamps



Os Astral Lamps surgiram por volta do ano de 1802 e foram aperfeiçoados pelo inventor suíço François Pierre Ami Argand, já referido anteriormente. Este tipo de iluminação surgiu em candeeiros de mesa, tecto e parede. O nome pelo qual foram designados remete para as estrelas. Anos mais tarde um inglês, chamado Philipps e residente em Paris, introduz várias inovações ao queimador e altera o nome para Sinumbra, que significa sem sombras.

Este tipo de candeeiros tem como combustível gorduras animais ou vegetais.

O design peculiar faz com que se destaquem dos demais candeeiros. O combustível é inserido num anel, em volta do queimador, onde assenta a chaminé e abat-jour.




Candeeiro do tipo Astral/Sinumbra provavelmente datado de 1830 e de fabrico berlinense (duas perspectivas).
Este elegantíssimo exemplar pertence à colecção de Lothar Spaniol e tinha sido electrificado. O cuidadoso restauro que empreendeu é notável.

Ilustrações retiradas do seguinte link:




No Palácio Nacional de Mafra há magníficos exemplares deste tipo de candeeiros numa das salas.
Outro tipo de candeeiros, com características semelhantes no queimador, surgem por volta de 1837/1838 em Inglaterra e foram designados por Solar, por causa da luz que emite. Nas anteriores publicações focamos o par de candeeiros da famosa manufactura americana Cornelius & Company, datados de 1843 e exemplo paradigmático deste tipo de iluminação.
As peculiares características do queimador, do reservatório e de outros pormenores destacam-se dos demais tipos de candeeiros.




Candeeiro da manufacura francesa Levavasseur, Paris (duas perspectivas). A patente deste candeeiro está datada de 3 de Março de 1844.

Ilustrações retiradas do seguinte link:


Neste magnifico exemplar, pertencente à colecção Lothar Spaniol, encontramos o sistema do queimador intacto. Este queimador e chaminé tem semelhanças com os queimadores do par de candeeiros da Cornelius & Company, anteriormente descritos.
As características são flagrantes entre si, embora sejam de diferentes fabricantes e origem.

Neste tipo de candeeiros temos uma característica comum, entre muitas outras, a entrada de ar para o tubo central debaixo do reservatório. Este pormenor é fundamental numa correcta identificação.
No mercado nacional surgem esporadicamente este tipo de candeeiros, mas com várias alterações posteriores e raramente no seu estado original.




Candeeiro do tipo Astral/Sinumbra ou Solar alterado para petróleo com queimador do tipo duplex. As alterações não ficaram por aqui e o exemplar foi electrificado.

Ilustração retirada do site da conceituada leiloeira Palácio do Correio Velho.




Candeeiro igualmente alterado para petróleo e posteriormente electrificado.
O abat-jour é do género litophanie, em porcelana, e os melhores fabricantes foram os franceses e alemães.

Ilustração retirada do site da leiloeira P55.




Par de candeeiros do tipo Astral/Sinumbra ou Solar adaptados para petróleo com magnificos queimadores duplex da manufactura inglesa Messengers (oito perspectivas).

Os reservatórios são de uma elegância maviosa. Os queimadores são os meus favoritos, entre os vários modelos desta conceituada firma britânica.





Nestes exemplares temos as várias evoluções que os diferentes tipos de iluminação tiveram no decorrer dos séculos.