terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Suporte para abat-jour em tecido ou papel, noção geral



Os suportes metálicos para abat-jour em tecido ou papel surgiram por volta de 1890 para os candeeiros.

Este tipo de suporte subdivide-se nas seguintes categorias:

- suporte para abat-jour leve;

- suporte para abat-jour pesado;

- suporte para abat-jour em cartão.

Os da primeira categoria geralmente apoiam-se num pequeno suporte em latão, que por sua vez se prende na chaminé. O efeito de suspensão no ar é assim sugerido.
Na segunda categoria temos variadas formas, algumas bastante complexas, para vários tipos de candeeiros. O suporte metálico é totalmente diferente do anterior e geralmente prende-se numa galeria.
Os abat-jours em papel geralmente afixam-se num suporte metálico específico, o qual se prende na chaminé. O efeito de cone é assim sugerido, além de também dar a percepção de ficar suspenso no ar.
Os tecidos são moldados em suporte de arame, com variadas formas consoante o efeito que se queria dar.
O uso da seda foi predominante neste período, conjugada com delicadas rendas, passamanarias, missangas, fitas, laços, flores e ramos artificiais, entre outros artigos para decoração.
A proveniência da seda era de origem italiana (Florença), chinesa, japonesa e francesa.
Foram também usados outros tecidos, nomeadamente o chiffon, o tule e vários tipos de renda conforme a proveniência (espanhola, italiana e francesa).
Nos catálogos surgem vários tipos de abat-jours. Uns eram plissados, outros lisos ou estampados, enfim uma variedade infinita conforme o gosto e a ambiência que se queria dar.
Os abat-jours em cartão eram recortados de folhas especificamente impressas com variados motivos. Podiam ser lisos ou canelados, conforme o tipo de candeeiro e a decoração pretendida.




Tela a óleo do pintor espanhol José Jiménez Aranda (1837 – 1903), com o título de Retrato de Mujer.
O abat-jour é formado por hastes, das quais pende o tecido, com folhos no topo. O efeito delicado é elegante.




Outra tela do mesmo pintor, com o título: Buenas noches.
O tecido plissado sustém flores e no topo há folhos.

Ilustrações do pintor José Jiménez Aranda retiradas do seguinte link:





Parte de um catálogo francês, sem data, com candeeiros a óleo vegetal. À esquerda encontramos o abat-jour em renda, circundado com uma fita, disponível nas seguintes cores: azul; rosa; amarelo e vermelho cardinal.

Ilustração retirada do seguinte link:





Candeeiro a petróleo com abat-jour plissado. Este postal foi produzido durante a Primeira Guerra Mundial.

Ilustração retirada do Ebay.




Candeeiro a petróleo existente no acervo do Palácio da Ajuda, Lisboa (duas perspectivas). Neste abat-jour, raro sobrevivente, vemos a delicadeza dos tecidos e o uso de diferentes materiais na sua elaboração.

Ilustração retirada de:





Abat-jour de grande dimensão num candeeiro a petróleo. O reservatório parece ser da famosa Baccarat, em cujos catálogos surgem candeeiros, chaminés, reservatórios e outros acessórios.

Ilustração retirada do seguinte link:





Guéridon em bronze, queimador Duplex da Hinks e abat-jour de seda. Estes candeeiros quase sempre tinham quebra-luzes em ricos tecidos. Imagem retirada da internet e que já não se encontra disponível.




L`argenterie, tela do pintor francês Marcel Rieder (1862 – 1942), sem data. Duas senhoras limpam e puxam o brilho a objectos de uso quotidiano em prata. O abat-jour, aparentemente em cartão, é escuro por fora e o interior é claro, reflectindo assim a luz.

Ilustração retirada do seguinte link:




Nas próximas publicações iremos abordar especificamente cada tipo de suporte.

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