sábado, 25 de fevereiro de 2017

Babylampe com abat-jour de seda



Na longa história dos candeeiros houve um período, sensivelmente a partir de 1890, em que apareceram no mercado os denominados Babylampen, em alemão, e é assim que nos vamos referir nesta publicação. Apareceram pela primeira vez no final da década de 80 do século XIX nos países anglo-saxónicos e tiveram grande sucesso sobretudo junto do público feminino. Foram fabricados na Alemanha, França, Áustria, entre outros países.
Em Portugal temos encontrado documentação de época e são referidos simplesmente como candieiros pequeninos para petróleo com abat-jour de seda. Em Itália encontramos um recibo e era designado como lampada di signora. Na língua inglesa são designados como baby lamp e na francesa lampe de boudoir ou lampe bijoux.
Nas fotografias e pinturas aparecem nas salas de estar, nos gabinetes ou nos quartos de cama. São exemplificativos da Belle Époque e desaparecem após a Primeira Grande Guerra, dando lugar a outro tipo de candeeiros.
São candeeiros de pequena dimensão e para serem usados com abat-jours de tecido ou papel. O queimador é geralmente o Kosmos, no tamanho 6 ou 8.
Apareceram no mercado em variados materiais.
Foram utilizados os metais, como o latão, o bronze, o zinco e a prata, entre outros. A porcelana e a faiança também foram utilizadas, para servirem de reservatório ou corpo exterior. O vidro e outros materiais também foram amplamente empregues.
São candeeiros para mesa-de-cabeceira, para escritório, para mesa, para qualquer ponto que necessite de ser alumiado. São um pequeno ponto de luz e cor num determinado enquadramento. Conferindo um tom quente e aconchegante.

O Babylampe que vos apresento é em cobre.
Está marcado com as letras E D e com uma ave que tem o bico numa jarra. Na parte inferior tem, em baixos-relevos, a palavra Paris. Não sabemos se é efetivamente a sede da manufatura ou a loja na capital francesa. Inquirimos amigos colecionadores e não obtivemos resultados. No decurso da minha investigação dos candeeiros da Casa Real portuguesa tomei conhecimento casualmente de dois réchauds. Estas duas peças são em metal cromado, com dois pratos em faiança, e ambos ostentam a mesma marca que o meu candeeiro.

O candeeiro tem estilizações ao gosto oriental. No bojo superior tem, o que aparenta serem, três faces. Tem vários baixos-relevos e em determinados espaços a superfície foi martelada. As estilizações são ao gosto oriental. O uso contrastante do cobre e do latão é característico do final do século XIX.
Tem um queimador Kosmos, tamanho 8, da manufatura berlinense Wild & Wessel em latão.
O suporte para o abat-jour já o tínhamos quando adquirimos o candeeiro. É da Gérard Mang e já foi apresentado aqui na publicação datada de 20 de Dezembro de 2014.
O abat-jour de seda foi uma ideia que nos prendeu de imediato. O azul foi a cor escolhida para ser a predominante. As restantes são o azul claro e o branco. Ainda não terminamos de o fazer e esperamos que possa ser apresentado aqui brevemente.











O candeeiro, três perspetivas.




O queimador Kosmos, tamanho 8, da Wild & Wessel, duas perspetivas.




A marca na base do candeeiro.




O candeeiro com o abat-jour, os primeiros ensaios, três perspetivas.