Nestes dias
frios apresento-vos o calor e luz de um abat-jour
em cartão.
Este abat-jour com o número 698 tem o título L`Hiver au Pole-Norde. Foi originalmente
impresso pela Imagerie d'Épinal,
pertencente na altura a Pellerin &
C.ie.
Esta gráfica
foi fundada em 1796 por Jean-Charles Pellerin, tornando-se numa das mais
prestigiantes do seu género.
Dedicavam-se
a ilustrações de carácter histórico, contemporâneo, religioso e educacional.
Estas eram depois vendidas por toda a França, tendo-se tornado bastante
populares. Também imprimiam pequenas construções, soldadinhos e outros
brinquedos para as crianças.
Para saber mais
sobre esta gráfica fica aqui o seguinte link:
Desde a
primeira metade do século XIX que se imprimiram cartões para abat-jours. Estes eram depois
recortados, colados e postos num suporte específico.
A famosa
gráfica francesa criou uma variedade infinita de motivos e temas. Desde
paisagens, motivos florais, cenas galantes, cenas de festa, lisos com motivos
padronizados, entre muitos outros.
Na segunda
metade do século XIX tornam-se mais complexos com representações
tridimensionais. Nos abat-jours tridimensionais
geralmente há indicações para se recortarem certas partes, de forma a se passar
a luz para as construções. Estas eram recortadas e coladas separadamente antes
de serem coladas ao abat-jour. Nas
instruções há também a sugestão de se recortarem os vãos dos edifícios para depois
serem colados papéis vegetais coloridos.
As
construções são de iglus, navios, pagodes chineses, edifícios religiosos e
civis.
Os motivos
são variados e ricamente coloridos. Desde o Kremlin em Moscovo, uma procissão
japonesa, uma praia, um viaduto para comboio, uma aldeia, janelas, portas e
pequenas habitações.
Têm como
finalidade concentrar a luz em redor de um círculo, refletida pelo interior
branco do abat-jour. As construções
tridimensionais são o carácter lúdico destes quebra-luzes, além de serem didáticos
e divertidos.
O abat-jour que hoje apresentamos tem como
tema o Inverno no Pólo Norte.
A
primeira cena é a caça ao urso branco. No topo é o sol da meia-noite nessa
região do planeta.
A
segunda cena é um navio preso no gelo. Os tripulantes descarregaram parte da
carga e aquecem-se ao pé do fogo. O navio é a pièce de résistance de todo o quebra-luz. No cartão vem um desenho
esquemático onde se sugere que se passem linhas, para simularem as cordas.
Tentei ser o mais fiel possível ao desenho, tendo usado linha de cor creme para
se coadunar com os tons do navio.
A
terceira cena são os caçadores às focas. Estes estão fora dos seus abrigos, ao
pé de barris e de um pequeno barco. Por cima é a aurora boreal, em todo o seu
esplendor impressa em tons de amarelo.
A quarta
e última cena são os iglus. Na sua frente estão esquimós com redes, um trenó
puxado por huskies, uma corda e redes com peixes pendurados. A terceira e
última indicação é a de um halo.
Gostei
mesmo muito de fazer este abat-jour.
Não
fazia estas pequenas construções desde 1992. As últimas que fiz vinham todas as
semanas com o jornal, não me recordo qual. Depois fartei-me de fazer maquetes
durante o curso.
Como
tinha todo o material necessário fiz durante um serão.
Aqui
partilho convosco as fotografias.
As
quatro cenas do abat-jour.
Pormenores
do navio preso no gelo.
O
candeeiro aceso com o abat-jour, as
mesmas cenas anteriores.
É
extraordinário o contraste entre as superfícies ou volumes iluminados com os
mais escuros.
O sol da
meia-noite, a aurora boreal e o halo são evidenciados no topo.
Os meus
volumes preferidos são os iglus. A sombra da base que bate no seu interior tem
um efeito muito bonito.
O navio
é extraordinário, dá mesmo a impressão que ficou ali abandonado.
Este abat-jour é muito especial para mim,
visto ter sido o primeiro que fiz neste género.
Vejamos
se ainda vos consigo surpreender com outro…
Where did you get the kit from?
ResponderEliminarwebsite, bought in a store, copied from an online image?