Desde o início
da coleção que via nos sites de
vendas online, nas leiloeiras e no mercado de antiquariato um globo fosco com
motivos de pássaros. Fiquei sempre com a ideia de arranjar um e a oportunidade
surgiu de o adquirir num anúncio online conjuntamente com um candeeiro. O globo
irá ser o tema da próxima publicação e nesta abordaremos o candeeiro.
O candeeiro
é em vidro opaco branco em forma de jarra e com reservatório amovível. Tem uma
pintura uniforme num tom rosa, ou salmão, para sobressair as formas e
evidenciar as faixas em branco. O corpo principal tem uma pintura composta por
uma moldura de folhas e flores estilizadas ao gosto Arte Nova, cujo fundo é uma
superfície de água, uma margem, um castelo ao centro e arvoredo. Esta
composição é provavelmente baseada nos lagos e nos rios daquela região
europeia, mas modernizada com as linhas curvilíneas dos motivos florais. A
qualidade é mediana e exemplificativa da produção deste tipo de candeeiros que
eram relativamente acessíveis. Assumi desde o início de que se trataria de uma
peça da Boémia e lembrei-me de verificar o catálogo da Carl Hosch onde o
localizei. Trata-se do modelo n.º 4357 e era comercializado com uma tulipa onde
se repetia a pintura atrás descrita.
A fábrica
foi fundada em 1864 por Carl Hosch (?-1893) na cidade checa de Zákupy, onde se
dedicava à pintura e ao fabrico de lustres. No ano de 1868 mudou de instalações
para a cidade de Nový Bor e passou a fabricar lustres, candeeiros, jarras,
serviços para bebidas, centros de mesa, galheteiros, fruteiros e aquários,
entre outras peças decorativas, conforme podemos visualizar no catálogo datado
de 1906 a 1912.
O queimador
que veio com o candeeiro é um Kosmos 8’’’
da alemã Brökelmann, Jäger und Busse,
mas danificado, com o respetivo suporte para o quebra-luz. O queimador foi substituído
por outro da mesma fábrica e colocou-se o suporte.
No futuro
poderá aparecer no mercado a tulipa em falta e assim o conjunto ficará
completo.
O modelo
4357 no catálogo da Carl Hosch datado de 1906 a 1912.
O candeeiro
com a chaminé.
Os detalhes
das pinturas sobre o vidro.
O queimador
e a marcação no botão referente à Brökelmann,
Jäger und Busse.
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