No verão de
2018 estava em Estremoz e vi na internet
um anúncio, num site de vendas
nacional, de um candeeiro para venda. Contactei o vendedor e reservou-o para
mim para quando voltasse a Lisboa. Assim aconteceu e num dia quente depois
de almoço lá o fui buscar.
O candeeiro é
alemão e deverá ter sido fabricado entre 1900 a 1914. Tem uma base em zinco
assente em quatro patas zoomórficas e motivos decorativos classicistas. Superiormente
assenta uma secção em pedra e a base da coluna em zinco com saliências no seu
perímetro, rematada por um anel em latão. A coluna é no mesmo material pétreo em
tons acastanhados e creme. O topo desta tem também outro anel em latão e ambos
estavam oxidados. Só me apercebi que eram neste metal após a limpeza do
candeeiro, que me surpreendeu pelo efeito luminoso e contrastante com as outras
peças. O capitel é baseado nos coríntios, mas modernizado ao gosto coevo e com
uma certa influência, embora muito ténue, da Arte Nova.
O
reservatório é em vidro transparente lapidado com motivos sóbrios no seu perímetro.
A transparência é muito cristalina e denota qualidade.
No bocal
está enroscado um queimador Gold Brenner,
no tamanho 16 e na versão simples da Schwintzer & Gräff de Berlim.
Esta
gama foi lançada no mercado entre 1893 a 1906 nos seguintes tamanhos e
especificidades:
- no
tamanho 14 com capacidade de luz equivalente a 40 velas acesas;
- no
tamanho 16 com capacidade de luz de 50 velas acesas;
- no
tamanho 20 com capacidade de luz de 75 velas acesas.
Estes queimadores
podiam ser adquiridos nas seguintes versões:
- simples;
- com
apagador;
- com
chave elevatória da galeria;
- com
apagador e com chave elevatória.
A capacidade
luminosa do Gold Brenner 16’’’ é quase
equivalente à proporcionada pelo queimador Elite
20’’’ da Carl Holy e o Matador 20’’’ da Ehrich & Graetz.
O botão do
queimador tem o nome da gama e ao centro duas tochas cruzadas, remetendo assim
para a marca da fábrica.
O espalhador
tem o seguinte em altos-relevos: 16’’’
GOLD BRENNER * S. & G. *.
A galeria
tem umas perfurações para a entrada de ar que nos remetem para motivos florais,
pormenor invulgar neste tipo de aberturas nos queimadores desta época.
Um pormenor
muito peculiar desta gama é o carreto da torcida poder ser retirado facilitando
assim a colocação da torcida, facto que não acontece com a maioria dos
queimadores alemães.
O carreto tem
na sua base a gravação D. R. G. M. –
37805, que poderá ser a da patente e fica preso por uma mola no tubo
central do queimador.
O candeeiro é
um exemplar paradigmático do início do século XX e que se caracteriza pelo uso
contrastante das peças metálicas e cujas estilizações, embora convencionais,
foram modernizadas. O queimador tem o desenho das aberturas na galeria bem proporcionado
e que nos remete para a natureza, o que o torna esteticamente num dos mais
originais da Schwintzer & Gräff.
Seguem as
fotografias do candeeiro com o queimador:
O candeeiro
com o queimador e a chaminé.
A base e a
coluna do candeeiro.
O capitel do
candeeiro.
O
reservatório do candeeiro.
O queimador
com a chaminé apropriada, o botão do regulador da torcida, as aberturas na
galeria e o topo do espalhador.
A base do
carreto da torcida com a gravação D. R. G. M. – 37805.
O carreto da
torcida retirado do queimador.
O carreto da
torcida e o sistema de mola no queimador.
Boa tarde, a minha mãe tem um Matador Brenner lindíssmo, comprado pelo seu pai num leilão em Angola nos anos 40 ou 50. A minha mãe gostaria de lhe enviar as fotografias do candeeiro para obter a sua opinião acerca do mesmo. É possível indicar um email para envio ?
ResponderEliminar