sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Complementos para os queimadores Kosmos 14”



A chama de um queimador Kosmos é de facto bastante boa, mas o seu reflexo no vidro da chaminé pode encandear um pouco a vista, todavia há soluções para contornar esse pequeno problema.
Na anterior publicação falou-se num queimador fabricado pela Gaudard, cujo globo assenta na própria grelha, mas nos restantes queimadores pode-se optar por outras soluções.






Queimador Gaudard com globo e chaminé.



Nesta imagem temos uma das soluções, um suporte para globo (em cima à esquerda) ou aranha, como vulgarmente se chama. Este suporte é comercializado em várias medidas para a gama Kosmos, neste caso trata-se de um para Kosmos 14” e com 8,5cm de diâmetro exterior. Na mesma imagem temos a sua aplicação num queimador, canto inferior direito.




Não só há estes suportes para globos, como também os há para abat-jours de grande dimensão, igualmente para a gama Kosmos (neste caso num queimador da Hugo Schneider). Este suporte assenta num queimador de 14” e tem 23cm de diâmetro exterior, todavia há no mercado diâmetros inferiores consoante o efeito que se queira dar. O abat-jour convém ser de vidro opaline e o seu formato é variado.



Nos dias de hoje encontram-se facilmente no mercado globos e abat-jours de vidro com variadas decorações, mas na época havia também suportes e armações para papel, tecido, seda ou renda. Nas publicações da época é possível localizá-los e ter uma ideia do seu efeito, infelizmente poucos sobreviveram e raramente surgem no mercado.





Nesta imagem temos o gabinete de trabalho do Conde de Arnoso, na Rua de São Domingos à Lapa em Lisboa. No móvel coberto, lado direito, por cima, há o que parece ser um candeeiro a óleo vegetal Modérateur, com abat-jour de papel. Na mesa há um candeeiro duplo, com o reservatório no meio, indicado para secretária.
A fotografia foi publicada na revista Illustração Portugueza n.º 11, datada de 7 de Maio de 1906.



Na mesma publicação periódica, desta vez no número a seguir (datado de 14 de Maio de 1906), na casa do compositor João Arroyo nos arredores de Sintra, na mesa onde pousou encontra-se um magnífico candeeiro. O corpo principal assenta num tripé metálico e da chaminé está suspenso um magnífico abat-jour de renda ou seda. No restante artigo é interessante notar-se a modernidade do interior da habitação, contrastando com alguns artigos domésticos.





Nesta imagem surge outro gabinete de trabalho, desta vez no Porto e pertencente ao investigador de cerâmica José Queiroz. Na sua secretária (lado direito) encontra-se um pé metálico, provavelmente de um candeeiro a óleo vegetal sinumbra, o qual foi adaptado a petróleo. Da chaminé parte igualmente um interessante abat-jour de seda ou renda, camuflando parte do reservatório, queimador e quase a chaminé na totalidade.
A fotografia foi igualmente publicada na revista Illustração Portugueza n.º 64, datada de 13 de Maio de 1907.



Na capa da revista Serões, n.º 43 datada de Janeiro de 1909, foi retratada uma jovem lendo a revista à luz de um candeeiro com abat-jour de tecido. Nesta imagem, bem ao gosto da época, o candeeiro pousa numa mesinha exótica, tendo ao lado um pequeno bule e chávena de chá.



Nesta fotografia, disponibilizada pelo Arquivo Fotográfico de Lisboa e da autoria de José Artur Leitão Bárcia, sem data, temos o gabinete de trabalho pertencente a Carlos Malheiro Dias (director da revista a Illustração Portugueza, jornalista, cronista, romancista, contista, político e historiador português). No tecto está suspenso um candeeiro a gás, na mesinha ao centro um candeeiro a petróleo com abat-jour de vidro e ao lado do retratado encontra-se um candeeiro com um magnífico abat-jour de tecido. A sua forma exuberante é bastante característica da época, a qual surge em variados catálogos e publicidade de fabricantes americanos, ingleses e alemães, entre outros.



No mesmo arquivo há um conjunto de fotografias datadas de 1911, posteriormente publicadas na revista Illustração Portugueza n.º 269 datada de 17 de Abril, da escritora e poetisa Maria Amália Vaz de Carvalho, com o seu neto António e uma empregada na sua casa de veraneio em Cascais. Na mesa ao centro da sala encontra-se um magnífico candeeiro a petróleo, com um gracioso abat-jour de seda suspenso pela chaminé. A vila de Cascais foi das primeiras a ter iluminação eléctrica, no entanto é interessante notar a presença de candeeiros a petróleo nesta época.

Os abat-jours de tecido geralmente apoiavam-se de duas formas; ou no queimador de onde partia a armação (indicado para tecidos ou feitios pesados); ou pela chaminé onde se apoiavam os ganchos metálicos (indicado para tecidos leves).





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