A história
deste candeeiro começou na pandemia e estava à venda num site online. Bastou-me um relance para compreender que era da Wild & Wessel de Berlim.
O tempo passou e no passado mês de junho contactei o vendedor e adquiri-o.
O candeeiro é o modelo 1766 de autor desconhecido. Deverá ter sido criado no período de 1870 a 1880 e é exemplificativo do ecletismo empregue pela fábrica. Foi produzido em zinco e tinha uma camada exterior acobreada.
Assenta em três pés com volutas laterais e com rebordos contracurvados. Das volutas partem linhas curvilíneas que definem uma moldura que encerra uma folha de acanto. Envolvendo esta há folhagens estilizadas e simétricas que formam uma cartela. Ladeando estas pendem grinaldas de frutos. O centro eleva-se e há nas três faces folhagens estilizadas ao gosto renascentista.
O nó do candeeiro tem três cabochões em cartelas e entre eles grinaldas de frutos.
A base da copa tem início num anel perolado encimado por outro. Deste pendem folhagens no sentido ascendente. Sobre este há uma secção com gomos verticais intercalados por molduras. Esta solução é recorrente nos modelos da Wild & Wessel, como por exemplo no 1409, no 1746, no 1849 e no 2007, entre muitos outros. Além de ser decorativa e de realçar o nó do candeeiro, serve para equilibrar as proporções da copa que camufla o reservatório amovível.
A copa tem na superfície arredondada três faunos, ladeados por volutas e por folhagens simétricas. A disposição destes motivos está alinhada em eixo com todos os outros descritos anteriormente. São estas particularidades que tornam os candeeiros da Wild & Wessel apelativos e de uma qualidade intemporal.
A tampa tem um rebordo com um motivo repetitivo. Encerra seis cabochões emoldurados e ladeados por volutas simétricas entre si. Uma vez mais, em consonância com todos os elementos anteriores.
O modelo 1766 é inspirado em motivos renascentistas e alude à natureza. Expressa nos motivos vegetalistas, nos frutos e nos faunos. A forma como os pés e os rebordos se desenvolvem tornam-no harmonioso e eleva todo o conjunto estético. Tornando-o extremamente apelativo para candeeiro de mesa.
Outra particularidade é o jogo entre as superfícies decoradas e as lisas. Realçando e conferindo equilíbrio entre as diferentes secções do candeeiro.
A camada original acobreada desapareceu quase toda, mas sobraram uns resquícios nos gomos da base da copa, nesta e na tampa. Por isso, decidi pintar de castanho a superfície para realçar os tons acobreados e o queimador em latão polido.
O queimador é um Kosmos Solar 14’’’ com suporte para abat-jour. Os quais, são difíceis de encontrar em bom estado e tendem a danificar-se com o uso.
O candeeiro tem 29,5cm de altura e 20cm de diâmetro, sem queimador, quebra-luz e chaminé.
Este candeeiro da Wild & Wessel é um dos meus preferidos e logo depois adquiri o modelo 2007 que está em restauro.
Seguem as fotografias do candeeiro.
O candeeiro após ter sido restaurado.
A base do candeeiro e os seus pormenores.
O nó do candeeiro.
A base onde assenta a copa.
A copa do candeeiro.
As peças separadas e a tampa do reservatório amovível.
O candeeiro no dia em que foi adquirido.
O candeeiro com o modelo 2007 antes de ter sido intervencionado.
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