O Royal Lampe da Schwintzer & Gräff de Berlim é um candeeiro específico desenvolvido na década de 80 do século XIX e tem como conceito a utilização de um tubo central, desde a base do reservatório até à torcida, para aumentar a chama verticalmente e empregue anteriormente nos candeeiros para óleo vegetal, como o Astral o Sinumbra e o Solar. No entanto, o carreto para a torcida é totalmente diferente e foi registado no dia 25 de fevereiro de 1886 com a patente número 40045 e aprovada a 22 de julho de 1887.
O carreto circunda o tubo central e tem espigões recortados, saídos para fora, para prenderem a torcida e é movido por um tubo espiralado, disposto lateralmente, acionado pelo botão na base do queimador. Todavia, este sistema foi melhorado com a inclusão de duas patilhas concêntricas para prenderem a torcida, registado no dia 17 de fevereiro de 1887 com a patente número 41871, aprovado a 20 de dezembro do mesmo ano e com duração limite até ao dia 24 de fevereiro de 1901.
As patilhas foram aperfeiçoadas com um fecho e o registo deu entrada no dia 6 de dezembro de 1888 com a patente número 47814, aprovada no dia 17 de julho de 1889 e que terminava também no dia 24 de fevereiro de 1901.
O carreto patenteado pela Schwintzer & Gräff é de fácil manuseamento, extremamente bem construído, foi fabricado em três tamanhos e aplicados nos respetivos candeeiros e a gama foi denominada por Royal, enfatizando assim a elevada qualidade do produto e da capacidade luminosa.
A galeria, a alavanca elevatória e o apagador eram comuns a outros queimadores, como por exemplo o Staats e o Duplex. O apagador é formado por patilhas em torno de um tubo que ao serem elevadas pousam em cima da chama apagando-a e para esse efeito a alavanca, colocada lateralmente na galeria do queimador, desce e tem um buraco na ponta, para se poder passar um fio, que ultrapassa o diâmetro do reservatório.
Nos reservatórios foi contemplada uma tampa para serem abastecidos e sem necessidade de se retirar o queimador.
No ano de 1889 F. Stoll na sua obra Petroleum Lampen Brenner und Zylinder informa-nos que o Royal Lampe era comercializado no tamanho 14, 20 e 30, com a opção de ter alavancas elevatórias e apagadores. Os reservatórios eram em três formatos para serem pousados em suportes compatíveis em candeeiros de mesa, de teto e de parede.
A gama manteve-se igual em 1893 segundo Jacques Goldberg na sua obra Die Deutsche Petroleum-Lampe in Wort und Bild.
No ano de 1906 a fábrica passou a produzir o Royal Lampe nos tamanhos 20 e 30 e com as mesmas opções, segundo o mesmo autor na obra Die Deutsche Lampe in Wort und Bild: Eine zusammenstellung sämtlicher Petroleum – und Spiritus – Brenner Sowie Zylinder.
Os mesmos tamanhos, reservatórios e opções mantiveram-se no ano de 1911 e como foi publicado por Jacques Goldberg na obra Die Deutsche Lampe in Wort und Bild, Eine zusammenstellung sämtlicher Petroleum – und Spiritus – Brenner Sowie Zylinder.
O Royal Lampe foi exportado para o Reino Unido e comercializado pela Veritas Lamp Works alcançando um sucesso extraordinário no início do século XX. Foi remarcado Veritas e era vendido no tamanho 20, com capacidade luz de 50 velas, e no tamanho 30, equivalente a 100 velas, e com as mesmas opções em candeeiros de mesa, de teto, de parede e de pé.
A boa intensidade de luz, a fácil manutenção, a adaptabilidade a vários suportes e o preço deverão ter sido determinantes para a sua rápida proliferação.
A sua produção parece ter parado pouco antes da Segunda Grande Guerra (1939-1945) e aparecem em grande quantidade no mercado britânico.
No início da coleção sempre quis ter um Royal Lampe e surgiu a oportunidade de adquirir um em 2019 com espalhador, mas a alavanca elevatória está dessoldada e o apagador está desaparecido. Neste ano surgiu outra oportunidade de adquirir outro candeeiro sem o espalhador, com a galeria em bom estado e com o apagador. Por isso, foi só fazer uma troca de peças e ter um exemplar no tamanho 20 completo e com todas as peças originais.
Seguem as fotografias do Royal Lampe marcado para a britânica Veritas.
O Royal Lampe no tamanho 20, com chave elevatória da galeria e apagador.
O Royal Lampe com galeria e suporte para abat-jour.
Referência ao fabrico ser na Alemanha “pela” Veritas Lamp Works gravado no bocal do reservatório.
O botão do queimador marcado para a Veritas Lamp Works.
As referências às patentes na chave da galeria e na alavanca elevatória do apagador.
A galeria elevada com o apagador baixo e erguido para extinguir a chama.
Os detalhes do sistema elevatório do apagador.
As patilhas do apagador sem o espalhador.
O espalhador.
O queimador sem a galeria e com o tubo concêntrico, em torno do central, desenroscado para se poder ajustar a torcida.
O carreto da torcida e as duas patilhas com fecho para prender a torcida.
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