Na
anterior publicação falou-se num candeeiro metálico de grandes proporções que
ainda se encontra em restauro, hoje seguem as fotografias e descrições mais
detalhadas deste magnífico exemplar.
O
metal empregue é provavelmente em liga de estanho e antimónio, amplamente usado
em finais do século XIX e XX na fabricação de candeeiros, sobretudo na Alemanha
e Áustria. O seu uso tinha como finalidade reproduzir peças em bronze, mais caras
e inacessíveis à população em geral, contribuindo para uma diversidade infinita
de candeeiros. De um modo geral o uso desta liga é desmerecido por alguns,
visto se encontrarem exemplares bastante simples e toscos, mas há candeeiros
magníficos que se encontravam nas casas abastadas. Nos antigos acervos da Casa
Real há candeeiros nesta liga metálica (um deles estava na mesa de cabeceira do
Rei Dom Carlos no Palácio da Pena), cuja complexidade de motivos e fundição são
bastante decorativos. O século XIX produzia estas peças pretensiosas, mas que
eram adquiridas por um público conhecedor, culto e abastado.
Outro
exemplar que pertenceu à Casa Real (duas perspectivas), o qual se encontra no
Palácio da Vila de Sintra, ilustrações retiradas do seguinte link:
O
candeeiro que ainda está a ser restaurado pertence a esta categoria,
pretensioso mas ao mesmo tempo de boa qualidade.
O
candeeiro actualmente. As duas dimensões são as seguintes: 20cm na base e 44cm
em altura até ao queimador. O globo tem 10cm de diâmetro para encaixe na
galeria, mas estilisticamente não é o indicado, assim como a chaminé Matador 20´´, os quais foram usados para
demonstração.
Os
motivos estilizados deste exemplar são claramente inspirados na cultura
greco-romana, revelando ao mesmo tempo um certo kitsch irresistível oitocentista que me seduziu. A sua fabricação
parece ser claramente alemã, sensivelmente entre 1870 a 1900.
Pormenores
da base do candeeiro (duas perspectivas). Os padrões, flores e outros motivos
estilizados conjugam-se harmoniosamente conforme se vai desenvolvendo o corpo
principal do candeeiro. As diferentes peças eram fundidas separadamente e
depois soldadas, conforme se pode observar.
Corpo
principal do candeeiro com as três figuras femininas, as quais são soldadas ao
candeeiro. A graciosidade e a curvatura das estilizações tornam este exemplar
invulgar e vaporoso, conferindo uma certa leveza ao apoio da taça que camufla o
reservatório.
Pormenor
da esfera entre as figuras femininas.
A taça
com as suas peças em latão (duas perspectivas). Os altos-relevos classicistas
são animados por graciosas flores dispostas simetricamente, o que mais uma vez
confere graciosidade e leveza ao conjunto.
A taça
com o Agni Brenner 20´´´da Wild & Wessel de Berlim. A opção por
este queimador deveu-se ao facto de me ter apaixonado pela sua dimensão e
beleza. O candeeiro como já se referiu tinha um queimador Kosmos 14```da Hugo Schneider
danificado que não era o original, segundo o vendedor. Mas estes queimadores
morriam, não sobressaíam neste candeeiro, daí ter optado pelo Agni 20´´´. O design deste queimador, assaz invulgar e belo, assume um papel de
destaque e de glorificação, realçado pelas peças estilizadas em latão da taça.
O
cromatismo é assim reforçado pelo latão, o qual ainda irá ser mais destacado
quando se pintar este candeeiro com o preto fosco.
A
galeria posta no queimador, a qual pode ser retirada e optar-se por um abat-jour em seda, mas esse tem de ser
feito especificamente para este candeeiro, com uma armação própria.
A
galeria desmontada.
O
queimador Agni 20´´´é já de si uma
peça rara, mas muito difícil de completar, conforme se verá na próxima
publicação.
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