Como o
prometido é devido aqui seguem as novas fotografias do candeeiro Arte Nova,
parcialmente descrito na anterior publicação.
O
exemplar parece ser de fabrico alemão, austríaco ou checo, pelas
particularidades estéticas e de montagem visíveis em candeeiros semelhantes. O
facto do queimador, da Hugo Schneider,
ser de fabrico alemão não indica necessariamente que o candeeiro seja de
manufactura alemã. Temos portanto um exemplar bastante equilibrado, contido e
elegante.
As montures estavam, como se referiu
anteriormente, com uma camada horripilante de purpurina, a qual foi retirada.
Neste ponto havia duas soluções, deixar as montures
no estado natural, cinzento claro, ou pintá-las de preto fosco para realçar as
cores. Debaixo da camada de purpurina não havia vestígios de outras cores ou patines, sendo este o método da época de
iludir as ligas de estanho e antimónio. Como tinha pintado recentemente uma
cama em ferro, com preto fosco, com os típicos acessórios em latão, aproveitei
e apostei o resto no candeeiro. O resultado foi soberbo, adquiriu uma elegância
e notoriedade fenomenais.
O candeeiro
após o restauro.
O pé
do candeeiro, duas perspectivas, onde o gosto Arte Nova é mais evidenciado. A opção
pela pintura em preto realçou os elementos em pedra, alabastro (?).
O gosto
burguês está patente no capitel, duas perspectivas. As formas clássicas bem
patentes são adulteradas maviosamente pela estética Arte Nova.
O reservatório
em vidro verde água, com as surpreendentes névoas brancas, dão o toque singular
Arte Nova neste exemplar, três perspectivas.
O queimador
Kosmos 14” da Hugo Schneider, três perspectivas. A galeria, suporte ou aranha,
para globo ou abat-jour tem 8,5m para
encaixe do respectivo quebra-luz. Este candeeiro deverá ter sido produzido
entre 1895 a 1914.
A fábrica
da Hugo Schneider, durante a sua existência,
produziu diferentes tipos de queimadores Kosmos.
A marca é sempre visível nos reguladores, como nestes que tenho na colecção, os
quais diferem ligeiramente entre si. A denominação Kosmos Brenner, lado direito, parece ser mais recente que as
anteriores, usada a partir de 1895.
Este candeeiro
é composto por diferentes materiais, como o ferro, liga de estanho e antimónio,
pedra, latão e vidro. As diferentes peças são unidas, internamente, por um
ferrinho no qual se enrosca uma anilha.
Na próxima
publicação iremos analisar os componentes em vidro deste candeeiro.
No
mercado nacional surgem esporadicamente candeeiros segundo a estética da Arte
Nova, mas infelizmente alguns são desequilibrados na conjugação de motivos e
estilizações. Todavia há magníficos exemplares da autoria de grandes
arquitectos, joalheiros e ourivesarias. Este candeeiro não se enquadra
esteticamente nestes autores. A sua versão é comercial, se bem que bem
conjugada, em comparação com outros exemplares mais sobrecarregados em motivos
estilizados.
A famosa
casa e ourivesaria Christofle, na
Exposição Universal de 1900, apresentou um sinuoso candeeiro, com queimador Matador 20” da Ehrich & Graetz, em bronze patinado com reservatório castanho
alaranjado. No ano anterior, desta vez em Munique, na Exposição Secession o arquitecto belga Henry van
de Velde apresentou o projeto de um escritório. O arquitecto desenhou o
mobiliário, papel de parede e utensílios, nesta categoria havia um candeeiro de
tecto eléctrico, outros dois de secretária e um a petróleo, todos segundo o
gosto Arte Nova.
Candeeiro
realizado por Christofle, ilustração
retirada do seguinte link:
O arquitecto
francês Anthony Selmersheim foi autor de um invulgar candeeiro a petróleo, em
1898, cujo reservatório, em azul-cobalto, está envolvido por braços, em bronze
dourado sinuosamente belos.
Candeeiro
pelo arquitecto Anthony Selmersheim, ilustração retirada do seguinte link:
A casa
Georges Leleu produziu
característicos candeeiros, os quais ainda se encontram em bastantes sites de
venda online.
O escultor
Charles-Emile Jonchery, filho escultor Emile Jonchery, trabalhou no atelier de Auguste
Rodin, foi autor de um candeeiro a petróleo denominado La Nuit em 1890. O candeeiro é em liga metálica, base em mármore
vermelho e as suas formas envolventes desabrocham numa figura feminina. As vestes
desta figura deixam transparecer o seu corpo nu, revelando um erotismo e elegância
característicos destes período.
Candeeiro
pelo escultor Charles-Emile Jonchery, ilustração retirada do seguinte link:
Outro escultor
francês de renome, François-Raoul Larche, foi autor de dois magníficos candeeiros
elétricos em bronze dourado, adquiridos pela Rainha Dona Maria Pia antes da
revolução de 1910. Os exemplares foram fundidos na Casa Siot-Decauville. No quarto de banho da Rainha há um interessante
candeeiro a gás, também dentro da estética Arte Nova, mas electrificado.
Great pictures! awesome lamp!
ResponderEliminarCheers from NL,
Armian
Hello Armian
ResponderEliminarThank you so much for your appreciation.
António
Caro Sr Antonio Fevereiro
ResponderEliminarGostei muito de ver este seu blog. Tenho um candeeiro muito identico a este, mas eletrificado.
Reservatório em vidro verde, pintado à mão.
Cumps,
Nuno Ribeiro