Por
uma questão de não maçar o leitor, decidi colocar nesta publicação os
componentes em vidro que pertencem ao candeeiro em estudo.
A
chaminé, como foi referido na publicação datada de 5 de Maio do corrente ano,
pertence à categoria Kosmos 14”. O
seu invulgar design não é decorativo,
mas essencialmente utilitário na modelação da chama, permitindo uma maior
incidência de luz no espaço.
Chaminé
melhorada para queimadores Kosmos 14”.
Marca
existente na chaminé, que é a seguinte: F.
P. Ferro; Olhão; 14´´´. Em Portugal não se sabe, ainda, como se chamavam
estas chaminés, mas na França e Alemanha usavam-se os seguintes nomes: Sans Rival ou Phenomen.
O abat-jour que veio com o candeeiro
constitui por si só uma peça fenomenal.
Os
seis gomos têm na base estilizações de conchas e estão separados entre si, pelo
que aparentam ser, cordas estilizadas. Em cada gomo está representado um
pássaro, tendo atrás de si ramos e flores estilizados. O abat-jour é totalmente fosco, excepto nesta representação
naturalista. O efeito é assombroso e bastante original. A sua presença em
qualquer espaço confere uma nota de sofisticação.
Abat-jour retirado do seu suporte. Para esta
fotografia colocou-se no seu interior um pano preto, de forma a realçar a
representação naturalista.
Abat-jour, três perspectivas. A base tem 8,5cm
de diâmetro e 20cm de altura.
Efeito
do abat-jour num candeeiro aceso,
duas perspectivas. A chama do candeeiro é assim controlada, por causa do seu
reflexo no vidro, deixando em evidência a representação naturalista.
Estes
componentes em vidro vieram com um candeeiro indubitavelmente de fabrico
estrangeiro, como já se referiu, mas a sua proveniência é bastante dúbia.
A
chaminé com o abat-jour são de boa
qualidade, não há qualquer dúvida respeitante a esse ponto. O seu fabrico pode
muito bem ser português, como atestam produtos similares de grande qualidade estilística
e técnica contemporânea destes exemplares. A elevada qualidade das fábricas e
artesãos portugueses não fica atrás dos estrangeiros, mas é simplesmente
relegada para segundo plano por nós mesmos.
Um
facto seguro é o seguinte: o design
desta chaminé é estrangeiro. O modelo pode ter sido fabricado em Portugal
durante os finais do século XIX e início do XX, mas o desaparecimento de várias
unidades fabris nas últimas décadas inviabilizam um estudo aprofundado sobre a
sua produção. O facto de a chaminé estar marcada por um retalhista português
pode, ou não, indicar o seu fabrico em território nacional.
Não
obstante a proveniência estes exemplares são únicos por si mesmos, os quais
estão neste momento bem guardados.
Sem comentários:
Enviar um comentário